quarta-feira, 31 de agosto de 2011

As cartas que não mandei I

O Corpo dele pesava sobre o dela. Isso era o menos importante. O que ela gostava era do som que ele emitia. Sincronizado com o movimento do corpo dele. Entrava e saia do dela. Era a música que saia dos corpos nus. Logo ele que musicava palavras era capaz de fazer com que a mais bela melodia saísse de sua respiração cansada, do instinto animal de seu corpo.

Ela podia resistir ao seu toque suave, à voz doce. Podia resistir ao corpo que se encaixava no seu. Resistiria até ao jeito que ele alisava seus cabelos. Lutaria contra o desejo que os unia. Só não era forte o bastante para resistir ao ofegar dele. Só não podia vencer a canção que saia do corpo dele e invadia seus ouvidos. Como era gostoso ouvi-lo ofegar. Era a melhor parte do sexo. Já nem se lembra se ela fazia silêncio. Se ela calava era para que a respiração dele ecoasse por todos os cantos do quarto.

Aquele ofegar fazia com que ela esquecesse a falta de tempo, a correria, a vida que seguiu e segue todos os dias. Tirava dela o peso do mundo. Conseguia ser melhor que Chico e Caetano, mais sexy que Gotan Project. Era a música dos anjos se anjos existem. A harpa dos deuses se é possível acreditar em deus. O melhor de tudo, ele era humano, sensual, carnal, sexual. Pra ela, era divino ser humana com ele. Era sublime estar na cama dele.

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