quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Vontade da Saudade

Queria escrever cartas saudosas. Mandar dizer a todos os amigos que estarei de volta e desejo que assim fosse. Queria dizer aos amores que larguem seus atuais amantes porque estou indo de encontro a nossa felicidade. Queria ter saudade porque a saudade alimenta a poesia e é permissiva.

Queria dizer a uma amiga que sinto a falta dela, mas a saudade é um sentimento tão bobo que faz com que nos acostumemos com ele todos os dias. Queria ainda sentir saudade dessa amiga e não ter medo de que percamos as palavras. Queria que as notícias que vejo dela fizessem sentido pra mim. Tanta coisa mudou desde que ela se foi.

Durante um tempo, eu ainda tinha forças pra perguntar como estava, o que fazia, pra onde ia, mas agora, nosso amor ta assim meio morno, meio na geladeira, meio na espera. De repente, seja só uma fase que dura. Descobri que as coisas duram mais depois dos vinte, quiçá, aos vinte e um.

A vontade da saudade tem um quê de masoquismo besta. Tem um quê de amor abandonado, esquecido, aprisionado e maltratado. A vontade da saudade é o amor guardado, esperando pra acontecer.

Eu só sei que há amor naquilo que se foi junto.

domingo, 14 de novembro de 2010

Porque é Ela, Porque sou eu

Somos cúmplices naquilo que a vida nos tornou. Somos as gargalhadas dadas após esquivarmos de alguém. Somos a escolha dos homens que deixamos pra trás. Somos, também, aqueles que carregamos na memória, algumas doídas e outras felizes. Somos as risadas. Somos as madrugadas cantadas na descida da Rua Alice. Somos a casa de cor rosa que planejamos algumas vezes e que executamos em muitas.

Somos aquilo que somos. Na verdade, somos aquilo que nos tornamos juntas. Somos o sorriso da outra, os amores e os desamores. Estamos no amargo e no doce das bebidas que inebriam e dos homens que alteram os juízos. Somos a vontade de continuar e a vontade parar. Saímos dos folhetins e sobreviveremos a eles.

Somos o amor que cala, que chora, que briga, que ama, que odeia e que grita. É o amor que aceita, que vive e que corre. É o amor que deu o pulo certo quando se encontrou. Este é o amor que entende. Este é o amor que devém. É o amor por se fazer amor e por se deixar amar. Este é o amor que é!