domingo, 12 de dezembro de 2010

Medo do Medo que dá

O meu medo é o de dormir sozinha. Fazê-lo significa solidão demais para um corpo como o meu. Eu tenho um medo silencioso do fracasso, da tristeza, da decepção. Tenho medo de fazer escolhas erradas que me deixem passar as noites sozinha ou em busca. Não quero ter buscar aquilo que já encontrei. Não gosto de imaginar como é sofrível viver a procurar.

Dormir sozinha significa muito mais do que ocupar a cama inteira. Significa imaginar que terminarei sempre sozinha à noite. Ou que a companhia fica condicionada a uma porção de variáveis que incluem planejamento demais.

Significa um contentamento fingido de quem já teve a companhia que queria. É ter que ser novamente um alguém forte porque ninguém pode perceber os momentos em que se é menininha e vulnerável.

Eu tenho mesmo medo de dormir sozinha e sei que sou grande demais para isso, mas o medo não vem da pequenez, o medo simplesmente vem e a gente sempre tenta fingir que não tem. Medo é medo. Não quero ser grande e fingir que não vai fazer diferença passar as noites sozinha.

Talvez o meu medo seja estar fadada à solidão.

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